Jornal Aldrava Cultural
Dia da Poesia em escolas de Mariana

14 de março - Dia da Poesia
Alunos e professores da Escola de Ens. Fund. e Médio Dom Viçoso e da Escola Estadual Dom Benevides
homenageiam poetas aldravistas no dia da poesia.
14 de março de 2007.

Num encontro memorável, professores e alunos homenageiam os poetas do Jornal Aldrava Cultural no Dia da Poesia. Na Escola de Ens. Fund. e Médio Dom Viçoso o acontecimento marcou a abertura do Projeto hia-kai: da arte poética à alfabetização que será desenvolvido no decorrer do ano letivo no ciclo inicial de alfabetização do ensino fundamental.
Na Escola Estadual Dom Benevides a festividade foi de abertura do Projeto Ciranda de Versos: as artes plásticas das palavras na alfabetização, a ser desenvolvido no ciclo inicial de alfabetização ao longo do ano de 2007. Os dois projetos têm o apoio e a participação dos poetas aldravistas. Na primeira fase, poemas editados pela Editora Aldrava Letras e Artes são estudados e na segunda fase os alunos lançam-se na produção de seus próprios poemas.
Os poetas aldravistas agradecem tão calorosa homenagem e manifestam o compromisso de continuarem nesta parceria com escolas de Mariana, oferecendo não só a produção literária, mas também a presença para conversas de incentivo aos alunos.

Os desafinados

“Quando eu morrer nasce um melhor ou pior...
Quando eu morrer vou descansar...”

(menino do tráfico)

Não sei se
rezo pai-nosso que está longe
ave-maria que está no céu
glória ao pai, ao filho e ao espírito santo
até a hora de nossa morte,

ou

se faço
oração
rosário
novena
suplica
promessa
quarentena

ou

imploro
a pai de santo
curandeiro
rei
padre
feiticeiro
presidente
ou

berro aos prantos
- Tirem os meninos!

Não sei se canto
com voz afinada um rap,
ou desafino
pop, jazz, carnaval
pagode, rock, hip-hop:
- Este flerte é fatal!

Não sei se
desafino
gentilezas
favores
conveniências...

ou

Simples (mente)
tapo a cara
de pau
de bunda
de santo fingido.

Não sei se
d i s p a r o
verso perdido
rima rica
rima pobre
prosa incisiva:
- Tirem os meninos!

ou

se choro
choro convulsivo
sentido
patético
banal,
trágica lamentação

ou

solto o verbo
e diversas vozes
arrastadas de sono
e flerte fatal:
- Tirem os meninos do tráfico!
Os desafinados também têm um coração.




Aluno da E. E Dom Benevides em declamação

Anjo da Terra

Meu menino
está na ponta do céu
iluminando trilhas de caminho apagado.
Está no vento que sopra brisa
nos cabelos suados de mãe.
Está no sol
que esquenta
ar frio.
Está lá
aqui
acolá...
Em todos
e
nenhum
lugar.

Meu menino
têm cabelos
pretos
vermelhos
e
dourados,
encaracolados
feito cachos de anjos,
mas não têm asas
por que nunca
vai
voar.

Meu menino
não sei onde está...
Não sei
se perdi por aí
ou
se está vagando
feito alma perdida.

Meu menino
não chora de noite
não brinca comigo
nem lança
olhar
de amor pra mim.

Meu menino
jamais vai
me pedir
nada.

Meu menino não existe...

Poema de Andreia Donadon Leal declamado por alunos da E. E. Dom Benevides: 1º lugar no Prêmio Cataratas de Poesia.


Alunos da E. E Dom Benevides em declamação


Mais fotos do evento:


Alunos da E. E Dom Benevides em declamação


Alunos da E. E Dom Benevides em declamação


Cartaz em homenagem a Andréia Donadon Leal
exposto no saguão da E. E. Dom Benevides em 14/03/2007


Poetas do Jornal Aldrava Cultural na E. E. Dom Benevides em 14/03/007

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