Jornal Aldrava Cultural
ISSN 151-9665
Fortuna Crítica

Fortuna Crítica da obra de Deia Leal

APRECIAÇÕES E COMENTÁRIOS

A Pintura de Deia Leal

A pintura de Déia Leal com seu colorido vibrante sonha o absoluto. Organizar o imprevisível e o impreciso, parece ser a vontade e o tema que fazem com a cor e a luz imagens desconhecidas que ultrapassam o mundo real e concreto. Transmitem emoções e mensagens secretas que re-imaginamos e interpretamos segundo nosso interesse.

Gestos rápidos, nervosos, carnavalescos. A pulsação da cor e a abstração informal solucionam o problema da pintura. Tramas coloridas atraem o olhar que busca um lugar ideal, mas esse mundo fragmentado inventado pela arte oferece inúmeros lugares. A experiência de ver é imprescindível.
Almandrade. (artista plástico, poeta e arquiteto)


Caderno Domingo de 07/1/2007

Caderno Domingo de 31/1/2010

Fiz agora uma viagem através da reprodução de suas telas e fiquei maravilhado pela visão do que transcende o concreto, vai além do abstrato, configura o ser em estado de primavera. Só podia tratar-se de uma itabirana, uma versão feminina da drummondiana pulsação de uma inquieta vivência que transcende mesmo ficando no que é: uma materialidade espiritualizada, um espiritualização materializada. Uma transcendência. E quem sou eu para falar de tamanha beatitude? É uma graça celestial a existência palpável de uma criatura-criadora assim.
Parabéns e agradecimentos do Lázaro Barreto. Divinópolis, 08 de dezembro de 2008

 

Almas que chovem

Chovem de onde, essas almas leves?
Dançam no azul absoluto alguma coreografia fractal:
São banidas, esquecidas,
ou estão entre as escolhidas,
depois de semeadas na terra e concluírem o ciclo final:
e essa música transcendental,
quem a ouve, qual a artista, enquanto pincela cores,
assim dessa forma que a ouço, ao contemplar as formas,
os movimentos, a sensação de infinitude?

Não sabiam que as almas chovem?
Pois ouçam seu plic-ploc
nas telas de Déia Leal...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris causa pelo CBLP
Diretora Regional do InBrasCi
Vice-Presidente do Instituto Imersão Latina-IMEL


Martírio - acrílica e corda sobre tela

Acerca de "martírio" - tela de Déia Leal

Augelani Maria Parada Franco
Doutora em Ciências Ambientais pela Unitau, Taubaté, SP
Pós-graduanda em Artes Visuais - Cultura & Criação

Conhecer é traduzir algo que não se conhece em termos do que já se conhece.
Nietzsche

   Primeiramente, parabéns! Sua obra é muito bonita e peculiar e os lilases, violetas e azuis me fizeram ‘viajar’ pelos jardins de Monet, pelas ‘Ninpheas Azuis’ que tive o prazer de admirar de pertinho no Museu D’Orsay onde, confesso que senti até o perfume do local retratado.
   Este sentimento é pura Semiótica: signos que geram signos que geram signos... O signo / imagem Ninpheas Azuis gerou meu pensamento (signo).
   Segundo Ferrara (1999) imagem é uma linguagem não-verbal, uma representação - de algo - e um signo.
   A palavra imagem vem do latim imago, que quer dizer semelhança, representação, retrato. Com essa etimologia, “imagem, tomada como representação, pode se referir ao que se vê, ouve-se ou se imagina (PIETROFORTE,2004).
Peirce (1977) nos ensina que Semiótica, da raiz grega semeion que quer dizer signo é a ciência geral dos signos, entendendo-se signos como linguagens, sendo pois a Semiótica a ciência geral de todas as linguagens, verbais e não-verbais. A Semiótica é, portanto, uma filosofia científica da linguagem.
   Ainda podemos acrescentar, de acordo com Pignatari (1985) que convém fazer a distinção entre língua e linguagem, sendo, portanto, as línguas, manifestações particulares da linguagem e a Lingüística um ramo da Semiótica que é a ciência cujos princípios gerais comandam toda e qualquer manifestação da linguagem.
   A pintura é uma imagem que representa algo para alguém, por isso é um signo (não-verbal) e também um ícone (se assemelha àquilo que significa) sendo também um índice porque, tal qual uma imagem fotográfica (Shaeffer, 1996) é necessária uma ‘bagagem’ do receptor (interpretante) para dialogar com os inúmeros significados despertados pela observação de uma imagem (fotografia, pintura...).
   Também reforça Santaella (1983) que uma imagem é um hipoícone, ou seja,é um signo que representa seus objetos por semelhança e todas as formas de desenhos e pinturas figurativas são imagens.
Coelho Netto (1983) exemplifica muito bem o, digamos, objetivo da arte, citando o filme Chien andalou, de Luiz Buñuel, que começa com o olho de uma mulher, em close-up, cortado ao meio por uma navalha e questiona se seria simples agressão ao espectador (“Que ele saia da sala”, disse Buñuel) ou – através da destruição de um olho viciado, de uma visão anterior prisioneira de si mesma – proposição de um novo modo de ver a “realidade”?
   A meu ver, ambas as coisas: agredir para acordar...
   E a arte se impõe para ser ‘lida’ pelos seus interpretantes, cada qual com seu ‘repertório’ cultural. O sentido de algo tem relação com seu significado, mas existem diferentes significados para um mesmo sentido.
   Uma criança, ao observar sua obra (de Andréia Leal) pode se encantar com as cores frias, pode achar que é um pedaço de corda velha no fundo do mar que caiu de algum navio pirata...
   A explicação da obra pela autora (Andréia Leal) amplia nossa percepção (interpretantes adultos) e aponta para a crítica pretendida. Mas, mesmo assim, eu continuo vendo ninpheas, águas claras, angústia, mas também paz. Provoca em mim uma antítese mental e se fosse dar um título a esta obra seria: Última Cena, ou Última Chance, porque eu enxergo uma possibilidade de vida atrás destas amarras, enxergo um rio cristalino (ou seria o mar?), enxergo flores lilases... Pignatari (1985) diz que “o enriquecimento do interpretante gera uma capacidade de metalinguagem, ou seja, uma linguagem crítica em relação à situação e à linguagem em uso.”
   Vejo quase o caos, mas existe uma bonança por detrás das amarras do tempo, buscando renascer. Existe o sim e o não, à espera da escolha.
   Ainda de acordo com Pignatari (1985), o signo da arte seria um quase-signo, algo que já não é o caos mas ainda não é a ordem.
   E mais uma vez Pignatari (1981): (...) “a invenção, a originalidade (informação) é vital para a ordem do sistema que buscará, por sua vez, sempre, novos estados de equilíbrio através do processo conhecido como homeostase.”
   Portanto, mesmo na esplendorosa Guernica de Pablo Picasso, exemplo de profusão e fragmentação existe a ordem no caos. A desordem / caos tem sua ordem peculiar e o artista a denuncia tal como ele a vê, na verdade, como ela teria sido. Alguém que desconheça o contexto histórico, de qualquer maneira enxergará a guerra, a destruição e a angústia naqueles elementos fragmentados e sentirá o ‘peso’ daquela informação, isto é, a sua mensagem. Aí reside a essência da obra de arte como denúncia.Aí reside a necessidade da Arte e do olhar do artista.

Referências:

COELHO NETO, J. Teixeira. Semiótica, Informação e Comunicação. São Paulo,Perspectiva, 1980.
FERRARA, Lucrecia D´Aléssio.Percepção Ambiental: a experiência brasileira/Vicente Del Rio e Lívia de Oliveira, Orgs. As cidades Ilegíveis - percepção ambiental e Cidadania.São Paulo, Studio Nobel,1999,2ª edição.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Trad. José Teixeira Coelho. São Paulo, Perspectiva, 1977. PIETROFORTE, Antonio Vicente Seraphim. Uma imagem da música: análise semiótica de uma capa de disco. In: Cadernos de Semiótica Aplicada, São Paulo, V.2.n. 2, p.10-30, 2004.
PIGNATARI, Décio. Semiótica da Arte e da Arquitetura. São Paulo,Editora Cultrix, 1981.
PIGNATARI, Décio, Informação, Linguagem, Comunicação. São Paulo,Editora Cultrix, 1985.
SANTAELLA, Lucia.O que é Semiótica. São Paulo,Brasiliense, 1984, 2ª edição.
SHAEFFER, J.M., BOTTMANN,E. A imagem precária sobre o dispositivo fotográfico. São Paul,: Papirus, 1996.

Déia Leal, admiro seu trabalho de educadora e fico muito impressionada com a beleza de suas telas. É importante certificar-se de que a mulher "mineira", em especial, continua as conquistas para o Brasil, mostrando ao mundo que o nosso país contém preciosidades desde sempre e é isso que deverá ser mostrado. Que os anjos estejam a iluminá-la em toda a sua trajetória!
Parabéns, Déia!
Um abraço
Graça Campos, Belo Horizonte, 08 de maio de 2008

Prezada Andréia, muito obrigada por ter me brindado com o envio deste seu belo trabalho. Parabéns pela criatividade e ousadia. Fiquei muito sensibilizada com a tela 18 (Portal da partida) que me trouxe um "quê" de nostalgia e de delicadeza antes mesmo de eu ver o título. Não pude deixar de pensar na despedida nossa de cada dia que acaba, de cada pessoa que se vai de nossas vidas e até de nossa própria juventude em virtude da nossa maturidade e experiências de vida. Mais uma vez obrigada e Parabéns.
Ana Alcântara, Belo Horizonte, 13 de abril de 2008.

Andréia, salve !!!
Belíssimos o poema e a pintura "portal de afrodite".Quadro e poema se fundem na elegância das cores falantes com a elegância do colorido das palavras.perspicácia, delicadeza, feminilidade e gestualidade estão sempre presentes em suas manifestações artísticas; quadro e poema são, enfim, uma entidade indissolúvel, instituída e regida pelo equilíbrio harmônico das muitas coisas que você vê, sente e diz.
Precisamos de artistas assim da sua linhagem, para mais fôlego nas áridas discussões do cotidiano da vida. Parabéns com meu entusiasmo,

Arley Camillo, Mariana, 04 de março de 2008

Querida Déia, que homenagem maravilhosa! Só consigo agradecer e dizer-te que és uma pessoa tão especial e sensível que só poderia ser uma estrela/artista de primeira grandeza. Déia, que dia 08 de março represente para ti um dia de vitórias e conquistas, porque ser mulher/artista/esposa/mãe/aluna/professora é uma missão, jamais uma simples escolha apesar de acreditarmos nisto.
Afrodite, Belo Horizonte, 04 de março de 2008
Professora do curso de Pós-graduação Artes Visuais - Cultura & Criação - SENAC


Agradeço a atenção do convite para a Exposição emaranhaminas e te parabenizo pela qualidade de seu trabalho. É difícil encontrar profissionais que se expressem tão bem nas artes e nas letras. Acho que esta possa ser sua maior metonímia!
A obra do convite com Tiradentes tipificando Cristo, é verdadeiramente interesante, pois a liberdade está instrisicamente ligada à salvação. Sua produção instiga e promove reflexões que denotam representar muito bem a ideologia Aldravista. Provavelmente não estarei em Viçosa no mês de abril, mas certamente divulgarei seu trabalho entre os amigos.
Um grande abraço,

Roberta Lopes, Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Artes Visuais - Cultura & Criação - SENAC

emaranhaminas
( especial à déia leal )

gabriel bicalho

1
ó liberdade
:
ateias
teus demônios nas
veias
!

ó igualdade
:
escorre
sangue do mártir
escorre
sangue de cristo
!

ó fraternidade
:
a mão
que ampara
o irmão
desampara
cristo
ou
tiradentes
?

ó martírio
dos puros
!
ó delírio
de cores
!

2
a corda
que acorda
a forca

a forca
que acorda
a cruz

acordo
entre
sombra
e
luz
!

3
minas
que tramas
as minas

minas
que minas
as tramas

emaranha-te
minas
nas tramas
que tramaste
!

mariana-mg - 25 / 02 / 2008

 

 

6 comentários postados no blog: http://telescopio.blog.terra.com.br/tela_de_deia_leal#comments


Em 04.01.08, às 00:07:17, Valdeck Almeida de Jesus disse:
A tela merece ser exposta para mais gente em lugares públicos.
Parabéns a artista por expor aqui na internet. Infelizmente nem todo munto tem acesso a computador. Por isso deveria ser enviada para galerias de arte e exposição na rua.
Abraços e sucesso
Em 03.01.08, às 08:38:47, Sara Pedro disse:
Este trabalho merece mais divulgação. Arte Aldravista é uma escola literária e artística? Parabéns pelo talentoso e instigante trabalho nas artes plásticas. O Portal Velho tem luz, cores e uma mistura não usual (comum) de técnicas. Intrigante e sensacional.
Em 03.01.08, às 00:41:18, Roberto de Castro Del'Secchi disse:
Déia Leal, nos coloca diante a sua linda pintura, fascinante e transcendental viagem empreendida por nós a um passado inesquecível e distante.
Meus parabéns, Roberto C. Del'Secchi, organizador da Antologia literária Internacional Del'Secchi, no seu volume 18.
Em 02.01.08, às 23:10:59, Débora Fonseca disse:
Técnica grattage? Miró utilizou esta técnica pictórica em Mulheres e pássaros ao luar - 1949.
Parabéns, garota. Gostei muito do Portal Velho. Pura arte.
Em 02.01.08, às 23:08:21, Edson Silva Perdigão disse:
Este trabalho certamente é ORIGINAL. Nem cópia! Imaginação.
Parabéns a artista.
Em 02.01.08, às 19:18:48, Patrícia Petri disse:
Parabéns pelo magnífico portal Velho. Simplesmente MARAVILHOSA tela e criatividade de Déia Leal. Artista emergente de Minas Gerais.

Déia Leal- Artista Gnóstica e Autêntica.

Édison Pereira de Almeida
Academia Pan-Americana de Letras
Chanceler do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais
Ilha da Madeira - Portugal
www.ermitaodapicinguaba.com
www.unipaz.com.br

Ao ver, rever, sentir e intuir a obra de Déia Leal, adentramos, PORTAIS, que ela com sua aura eterna vê, vislumbra, sente e entrega aos que só mesmo a terceira dimensão conseguem apalpar, sentir e ver.
Quem assim adentra PORTAIS, e assim consegue ir e vir na Arte do viver, realmente vislumbra um mundo que tanto lá como cá, tem a formatação do que de mais belo e eterno existe no ETÉREO, e que infelizmente no plano terra os perseguidores de talentos desde manjedoura ao calvário, nem sequer se dão conta que o talento já perpetuou-se nas artes e por isto, já transmutou os valores mundanos dos que se imaginam poderosos, meros pó de traque perante toda a grandeza do universo.
E a Artista, jovem, irreverente mas consciente, passa a mensagem aos mais jovens, que nem precisam de Mestres artificiais, ou formados seja onde for para os orientar a verem além da visão terrena.
O que consideramos salutar na OBRA DE DÉIA LEAL é justamente a sua maneira singela de mostrar aos senhores do mundo terreno que fazer arte é se abstrair da vida dita social, humana e terrena e se entregar ao outro lado do ser que habita o seu ser, e claro, só mesmo esta entrega é que permite em MARIANA um talento de tamanha grandeza e luz, vir às ruas e em vez de esperar cavaletes de pintura, salões de exposição ou MUSEUS arquitetados pela mão dos impuros, e colocar a ARTE NA RAÇA NA PRAÇA E DE GRAÇA, para que o mais velho cidadão da Velha e Eterna Mariana possa sair dos seus tecidos, agulhas e botões, atravessar a rua de pedras carregadas em ombros escravos, polidas pelos pés insanos dos que nem sequer se deram conta do KARMA que criaram no passado, e assim o NOBRE ALFAIATE, mestre dos mestres, entregue a DÉIA LEAL, o LEGADO das gerações do SEMPRE, sem muito falar, apenas Agindo e aplaudindo o que se expõe de peito aberto e de alma pura, sem delongas e sem milongas, apenas porque fazer arte é mesmo sentir a pureza do espírito agir enquanto as mãos vagam no vazio da vida.
E, se a Geração do passado aplaude a do presente, sem dúvidas a missão está sendo cumprida e bem cumprida, por Déia Leal, criadora de Portais Eternos e ternos portais, onde os senhores de terno, gravata e colete só entram e saem, se usarem, claro, roupas tecidas pelo Velho e Eterno Alfaiate de Mariana sempre na vida há códigos de honra e honrá-los é justamente seguir os trâmites NATURAIS DO VIVER e não manipular o sonho de nossas crianças de sempre.
Cena linda dos que vestiram os ternos, tecidos na Eternidade do ALFAIATE de Mariana, vindo ver na praça, junto com ele as OBRAS DE ARTE EXPOSTAS e repostas sim, porque a função do Artista é trazer à terra o que se encontra no Éter para que possam as nossas crianças dos oito aos oitenta contemplarem a vida, sua essência ea frequência de onda eterna e terna frequência que frequentamos no cá e lá.
E lá, no Alto da Torre da Igreja, Templo erigido por mãos calejadas, sangradas e escravas, uma pomba branca sorria, pois mais uma etapa da PURIFICAÇÃO SE CUMPRIU e voou, voou, voou, para fazer ninho em outras plagas que não serão jamais esquecidas pois sempre será a pomba da paz, a gritar em seu silencioso vôo, TERRA A VISTA!!!!
E lá, no Quilombo do Camburí, tombado e devolvido aos descendentes dos escravos que traziam o ouro DE VILA RICA para ser embarcado em Paraty, o Velho Genésio recebeu de braços abertos a pomba da paz eterna.


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Poema à Andréia Leal

Percebe-se que Andréia
contempla a VIDA com seu olhar de poeta:
áVIDA,impáVIDA,comoVIDA.
Registra com cores e vocábulos
nuances e retábulos,
toalhas de banquete,
retalhos,
opúsculos, apocalípse,
calípso e samba, ballet,
o plástico
e o indevassável,
a forma e a norma,
mas sobretudo, a liberdade
do ser alado...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

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Stripper - óleo sobre tela
(Clique na imagem para ver poema Stripper de Marilza Castro em Slides de Masé Soares)
(Arquivo somente para leitura)

STRIPPER

Drª Marilza Albuquerque de Castro
PRESIDENTE DO IBRACI - Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais

Rodamoínho da vida
De quem vive como stripper...
Vida triste, escura, negra
de uma alma colorida...
De quem sonhou ser estrela
de uma super-grandeza
a freqüentar salas “vip”
e ser chamada hiper,
em sua suprema beleza!...
Na luta do dia-a-dia,
nessa refrega,
vencendo as peças
que o destino nos prega...
Olhando-a na tela,
vejo-a no espelho
e assim ao vê-la,
lembro de um hippie
que conheci...
Que aura!... Que Luz!
Lembro o moço Jesus,
Ainda novo, não velho...
Lembro Madalena,
que, dizem, era dessas
mulheres da rua,
com destino da lua...
Discriminada...
Apedrejada...
Revejo a cena...
Digo revejo, porque a vivi...
Vi de perto, senti pena...
E hoje sei quanto havia
dentro dela de Amor...
Dentro daqueles olhos
sem brilho e sem cor...
que só conheceram abrolhos,
nunca a flor...
Ninguém diria
que seria
uma escolhida!
STRIPPER!
A despojar-se da casca,
é como quem abre um zíper
e o interior explora...
É como quem masca
e joga o bagaço fora...
E depois, é como quem ora!
Em silêncio, escondida...
Para só então viver
a sua verdadeira vida!...

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Comentários sobre a pintura PORTAL DA FUGA de Déia Leal

     Sería un atrevimiento, por mi parte, escribir un comentario sobre una determinada obra artística de un autor (autora, en este caso) de quien yo no conociese más trabajos suyos. No es éste el caso.
     Conozco y he palpado con mis manos algunas pinturas de esta joven artista brasileña, Déia Leal, y puedo asegurar que estamos ante una artista de gran pujanza, que, a la vez, se expresa, también, a través de la palabra (prosa y verso), obra escrita que también propicia que (yo) conozca mejor el pensamiento artístico, casi onírico, de la autora.
     "Portal da Fuga" es uno de sus lienzos más emblemáticos. Forma parte, asimismo, de una serie que la artista dedica a los      "Portales", y en la que ella misma parece querer expresar un cierto deseo de huída de la áspera realidad cotidiana.
     Esta temática es recurrente en Déia Leal, nombre artístico de la minera marianense Andreia Aparecida da Silva.
     Los "portales" de Déia, a veces, son intencionadamente difusos. En otras ocasiones, sin embargo (como es el caso de "Portal da Fuga"), muestran una firmeza irreversible: desde el umbral de un enérgico portal, pintado con destreza y gran decisión, la autora "ve la Luz del Fin del Mundo".
     A pesar de la energía desplegada en los trazos (magníficamente rematados), Déia ve, con toda claridad, esa Luz que muchas personas han creído contemplar cuando se han encontrado (muy cercanamente) a las puertas de la muerte.
     Y, precisamente, la perspectiva por degradación de planos no se ve afectada en esta pintura; bien que, conforme nuestros ojos avanzan por el pasadizo, éste, y la puerta luminosa del fondo, quedan, justamente, en los planos en los que les corresponde estar.
     Déia nos presenta, claramente, su visión (también, onírica) del final de "algo". Un "algo" que bien puede ser el mundo; o, bien, la vida...

Antonio Gualda Jiménez
Granada, España.
A 28 de marzo de 2007.

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A tela, portal da fuga, de Déia Leal, é uma importante mostra da arte de tendência aldravista. A arte aldravista privilegia a metonímia e apresenta como tema um efeito de uma causa ou uma causa de um efeito, um continente de um conteúdo ou um conteúdo de um continente ou uma parte de um todo. Na obra em destaque, o tema, o portal da fuga, aponta para uma saída possível da prisão do interior de uma mina de ouro, em que a escuridão contrasta com o brilho do metal. A luz, saída, coincide com o ponto de fuga na perspectiva traçada pela artista, ao fundo do túnel – um ponto de luz em meio à escuridão. Mina, metonímia possível de Minas Gerais, uma parte do todo que motivou a escolha do nome do Estado da Federação Brasileira. Fuga, metonímia do efeito da prisão causada pela dependência à mineração, à posse do ouro que dará passaporte à liberdade. A escuridão, conteúdo de um continente prisional, revela a metonímia de causa do desejo da fuga, cuja saída é única e longínqua. A tensão dialética entre prisão versus liberdade instaura a temática da tela, num paradoxo instigante: o portal é minúsculo e não se dá no convite para a entrada, mas se fecha no ponto de fuga, diminuto e distante. Esse mesmo contraste é revelado nas manchas vermelhas, metonímias do conteúdo de um continente opressivo e de sofrimento. No conjunto, a obra é demonstração de domínio de técnica de pintura, com pinceladas livres, desapegada do traço e do desenho ingênuo, para que a idéia tematizada seja posta em evidência.

J. B. Donadon-Leal
Doutor em Semiótica, professor na Universidade Federal de Ouro Preto

Déia Leal recebe Medalha de Honra ao Mérito por ter representado Mariana e Minas Gerais no XII Circuito Internacional de Arte Brasileira.
COLEGE ARTE / MASP 21/07/2007.

Governador Aécio Neves cumprimenta Déia Leal
(Confira)

Acróstico Floral
J.S.Ferreira

Dálias
lobÉlias
vIoletas
petúniAs
Lírios
gErânios
mArgaridas
calceolárias

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HOMENAGENS RECEBIDAS DOS COLEGAS DE TRABALHO:


Faixa afixada na fachada da E. E. Dom Benevides - Janeiro/2007


Faixa afixada na fachada da E. E. Dom Benevides - Agosto/2007